sábado, 27 de fevereiro de 2016

da discrição à descrição: um peso (01h17)

A última noite mais improvável se repete e tudo o que resta é um "obrigado". A mesma pessoa sentada de pernas cruzadas no trono de Nosso Senhor Jesus Cristo. A mesma pose, o mesmo falar, os mesmos gestos.

O mesmo problema.

– Por que você tá tão calado?
Pelos mesmos motivos de antes. Eu não tenho voz, é tudo superficial. Não existe eu, não existe Deus, não existe o mundo à minha volta. Só existe um problema.

Já não é a primeira vez que eu escrevo sobre um problema, nem a primeira vez que escrevo sobre você, mas sou discreto. Sempre carrego uma idéia no bolso. Sempre carrego uma situação no bolso. Sempre carrego algo superficial no bolso.

O seu texto nunca esteve no meu bolso porque pesaria, por isso sempre carreguei em mim. E o peso desse texto é real pra caralho, chega a ser problemático: de quilos e mais quilos só restou o fin.

Mais um problema resolvido pela metade.

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